Plano de Trabalho da Emater para 1999

O Sr. Adolfo Braz, após os cumprimentos disse que o objetivo da vinda da equipe aqui hoje é trazer a esta Casa de Leis o Programa de Trabalho da Emater para o ano de 1999. Desde já agradecemos a presença da Vereadora Marlene Sossai Spadeto que esteve representando esta Casa de Leis como membro da Comissão de Agricultura e Meio Ambiente. Gostaríamos de agradecer a Vereadora e a todos os Vereadores e dizer que a contribuição dela com certeza trouxe uma caminhar de pensamento para a elaboração desse programa. Não vamos ler aqui o programa municipal, vamos encaminhar para ele sofrer apreciação desta Casa de Leis. Ele está sujeito, é um projeto dinâmico e foi feito com participação das Comunidades do Município, das Associações de Produtores durante pelo menos meio dia. Fizemos uma mesa redonda de discussões colocando bem claro a essas associações e entidades como elas viam o trabalho da empresa no Município e qual a postura dela perante ao agricultor familiar? Em cima disso montamos esse programa local. Ele basicamente é composto com um programa na área da cafeicultura que é a base do Município, também na área da pecuária leiteira, no setor da agroindústria, no agroturismo e para dois outros  programas que nós entendemos junto com as Associações que seria de fundamental importância para o Município, que seriam o programa de classificação para o café e o programa de administração rural. Esse programa de administração rural é um programa que foi possível ser iniciado em função de um convênio estabelecido entre a Administração Municipal, a Emater e o Sindicato Rural de Venda Nova do Imigrante. Nesses quatro programas nós estabelecemos um público, uma meta e ações de captação de todo esse público, cafeicultores, pecuarista, jovem rural, o pessoal da agroindústria, do Agroturismo voltados para essas áreas. Trouxemos esse programa para ser submetido a apreciação por toda Comissão de agricultura e todos os Vereadores. Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para entregar os resultados obtidos pela Emater de janeiro a outubro de 1998. Esses resultados foram possíveis graças a subvenção da Administração Municipal com repasse de recursos que até agora está na ordem de oito mil e poucos  reais. Fizemos uma solicitação ao Prefeito de uma complementação de recursos para o mês de novembro e dezembro. Como Chefe do Escritório tenho certeza que a equipe agradece a esta Casa de Leis que sempre tem se mostrado ativa no nosso trabalho em aprovar essa suplementação para podermos dar continuidade aos trabalhos dos meses de novembro e dezembro. Queria ressaltar que o programa de 1998 teve como base principal o atendimento com metodologia grupal. O que seria isso ? Metodologia grupal seriam cursos e treinamentos de produtores e agricultores familiares. A visita técnica individualizada ela é extremamente cara para ser dada ao agricultor, em função disso o escritório programou ações grupais como também foi feita para o ano de 1999. Em cursos, foram realizados até agora o mês de outubro, quarenta e dois cursos com a meta de quarenta e seis. Já foram atendidos quinhentos e cinqüenta e oito produtores. O total de produtores atendidos pela Emater no Município está em torno de seiscentos e quinze, esse ano. Os produtores do Município estão em torno de mil e quinhentas propriedades e estamos atendendo em torno de cinqüenta porcento dessas propriedades com essa equipe que temos dentro da Emater. Trouxemos também a esta Casa de Leis o relatório de atividades que foram programas específicos criados para atingir um objetivo específico. O primeiro deles é do Centro de Degustação de Café Arábica que foi um projeto aprovado pelas Comunidades e produtores solicitando que fosse um trabalho de classificação na cafeicultura de Venda Nova do Imigrante. Esse trabalho evoluiu e hoje está de forma regional, atendendo toda a Região Centro Serrana. O responsável por ele mais diretamente é o Sr. Evair Vieira de Mello e a Srª. Giovana Campos que é sua auxiliar e foram contratados pela Prefeitura e estão a disposição da Emater. Gostaríamos de destacar nesse trabalho que Venda Nova do Imigrante possui, não só Venda Nova do Imigrante, mas toda região possui alguma coisa que foge a regra daquilo que é colocado na cafeicultura normal. Hoje nosso cafeicultor vende seu café como café tipo sete, tipo oito e bebida riozona. O comércio paga esse café. Esse trabalho vem mostrar isso, vem mostrar que Venda Nova tem esse café mas não cem porcento desse café é dessa qualidade, desse tipo. Tivemos aqui a partir de outubro em torno de vinte, vinte cinco porcento do café que passou pelo centro, em torno de noventa mil sacas de café bebida dura e tipo seis. Isso confere ao produtor ganhos a cima da cotação que está sendo colocada aí. Esse trabalho está sendo feito e se mostrou bem cipiente a partir de janeiro foi evoluindo gradativamente. Hoje depois de passar pelo centro, noventa mil sacas é que estamos fazendo essa divulgação desses produtos. As amostras desse café estão lá, os laudos foram feitos e está tudo no computador do centro a disposição de todos os Senhores. Os ganhos são significativos. Isso evoluiu para se ter hoje no Banco do Brasil o leilão eletrônico que foi apresentado e essa Câmara participou na pessoa do Sr. Presidente e alguns Vereadores. Também lá no centro já foi montado um programa, onde aquele produtor cafeicultor pode acessar a bolsa de Nova Iorque, a bolsa de Londres, sabendo da cotação de preços que temos no mundo bem como as perspectivas e as tendências. O que queremos com isso não é simplesmente ter uma cafeicultura e sim ter um cafeicultor profissional, empresarial. E agricultor familiar está disposto a fazer isso e está fazendo isso em Venda Nova. Isso vem colocar Venda Nova num patamar dentro do país diferenciado, porque muitas vezes se fala que só o grande produtor pode ser um empresário. Agora Venda Nova está mostrando que o pequeno agricultor, o agricultor familiar também sendo assessorado, recebendo orientação e participando ele consegue ser um empresário na sua atividade. Outro fator importante que destacamos é o convênio firmado entre a Administração Municipal, a Emater e o Sindicato Rural que gerou a contratação de um profissional na área de administração rural que é o Sr. Rogério, filho de Venda Nova, portanto, valorizando o profissional que saiu daqui e retornou para trabalhar no seu Município para desenvolver um trabalho específico na área de administração rural. Iniciamos um trabalho com a área de pecuária leiteira onde foi comprado um programa específico para pecuária leiteira. Hoje temos dezessete produtores cadastrados gerando resultados extraordinários. Já para o início do ano já vamos ter esses produtores e cada um saberá quanto está custando o litro de leite desse produtor. Ele receberá relatórios diariamente, semanalmente e mensalmente e com isso poderá se profissionalizar sabendo aonde está perdendo dinheiro e o que tem que fazer para se tornar mais competitivo. Também está se montando um trabalho voltado para a alimentação de gado leiteiro para diminuição no custo de produção. Vamos iniciar a partir do mês de dezembro um trabalho de administração rural em sessenta propriedades especificamente de café. Poderia se falar assim: Mas nós temos aí mil e duzentos produtores de café contando com proprietários e colonos e porque sessenta ? Porque é um trabalho grande e queremos iniciá-lo direito e a partir daí expandir esse profissionalismo para os outros agricultores. Temos certeza que não só o café de Venda Nova  mas de toda região de montanha do Espírito Santo pode ser competitivo e tem um mercado voltado para ele. Agora, para isso quando ele for vender ele terá que saber quanto que custou uma saca de café. Então é esse o desafio que estamos tendo dentro da Emater hoje. Quando chegar em abril do ano que vem, antes do produtor iniciar sua colheita nós daremos o indicativo para ele de como deverá diminuir seu custo na colheita para que tenha um café mais competitivo se o preço baixar. Temos a perspectiva que o mercado se mantenha  estável mas tudo pode acontecer, por isso queremos dar essa competitividade ao produtor. Para isso será necessário gerar tecnologia. Gostaríamos de deixar aqui todas as matérias que foram feitas durante esse ano de todos os eventos que o Escritório da Emater de Venda Nova promoveu. Gostaria de agradecer de público a Diretoria e a equipe do Jornal Folha da Terra  que tem dado toda cobertura  para a gente e com certeza essa parceria ano que vem vai se intensificar muito mais. Em função de todo esse trabalho que essa equipe está desenvolvendo, nós viemos diversas vezes falar das angústias da gente. Os Senhores Vereadores estão vendo o que está se delineando no cenário nacional. O cenário nacional está se comportando politicamente para uma desestruturação de todo o setor público, o que para nós como funcionários públicos é maléfico e não só para a gente mas para toda sociedade. Temos certeza que como funcionários públicos nós estamos cumprindo a nossa obrigação para a Comunidade, não só em Venda Nova mas em todo Estado. O cenário que se acena para o serviço de extensão rural é de se transformar em organização social. Organização social é uma proposta de ação aonde ? Alguém contrata um trabalho dessa equipe que está aqui e dentro de seis meses falam: Esse trabalho acabou e não quero mais vocês. Isso é gerar desemprego, é gerar não atendimento ao agricultor familiar é gerar um não respeito a todo esse trabalho que durante quarenta e cinco anos trouxe desenvolvimento para Venda Nova. O que era Venda Nova a quarenta a cinco anos atrás ? Temos certeza que a Acaris da época e a Emater participaram ativamente nesse desenvolvimento. Esse desabafo não é só meu, mas de toda a Emater do Estado do Espírito Santo. Estamos levando isso a todas Câmara Municipais. Nós viemos pedir aos Senhores Vereadores e a Presidência dessa Casa que encaminhem se possível ações ao Governo do Estado e ao futuro Governo que irá se instalar, mostrando e analisando o trabalho da extensão rural, da pesquisa, do Idaf que é um órgão de reflorestamento. Se esse trabalho é importante gostaríamos que os Senhores realmente o relatassem como é. Não para nos defender como funcionários, mas para defender a necessidade desse trabalho junto ao agricultor familiar que não pode ficar nas mãos de pessoas que vão vir simplesmente vender um produto químico para ele, não pensando na qualidade de trabalho e no desenvolvimento da sua agricultura. O que a extensão rural se propõe é isso, é desenvolver esse trabalho de uma forma geral. Então gostaríamos de pedir a essa gestão dessa Casa de Leis e ao futuro governo que está se instalando para que haja uma discussão ampla com toda a sociedade para que se crie um modelo de extensão rural. Porque sabemos que ele precisa ser reformulado como tudo na nossa vida. Todo o sistema agrícola do Estado está disposto a fazer essa reformulação mas de uma forma sensata, pensada para que a gente possa conseguir ter um acalento. Queríamos transmitir que quinta-feira está proposta uma paralisação geral no Estado. Já colocamos isso dentro da própria Emater e queremos dizer aos Vereadores que o Escritório da Emater de Venda Nova não vai fazer essa paralisação em função de ter assumido compromissos com as Comunidades e em função do compromisso que ela tem com a sociedade de produtores. Podemos até ser sacrificados por outros Colegas vizinhos mas já assumimos essa postura e vamos continuar assumindo com os Senhores a continuidade dos trabalhos. Até porque todo o trabalho da extensão tem que ser ditado pela Comunidade. Queríamos deixar isso aqui e reforçar essa solicitação que esta Casa de Leis faça um novo governo para que haja um discussão bem detalhada e profícua com relação aos caminhos não só da agricultura mas da saúde e da educação. Apesar de todos nós estarmos com cinco meses de salário atrasados essa equipe está com gás. Não sei se agüentaremos seis meses. Cinco ainda dá para agüentar. Talvez  com ajuda dos Senhores nós não vamos ter seis meses de salário. Obrigado.

Data de Publicação: terça-feira, 17 de novembro de 1998

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