Após os cumprimentos o Sr. Benjamim fez o seguinte pronunciamento: “O que me traz a ocupar o espaço na Tribuna Livre aqui dessa conceituada Câmara Municipal é o seguinte. Estamos nos aproximando da tão famosa Festa da Polenta que já pela vigésima terceira vez é celebrada aqui nessa nossa querida Venda Nova e tomou proporções que atingem todo território nacional e tem também notícias que extrapolam nossa terra brasileira. Pois bem; eu quero tecer aqui um louvor a esse voluntariado que trabalha para que esta festa tenha cada vez mais êxito e seja mais conhecida. O voluntariado é uma característica que vem acompanhando a sociedade vendanovense desde seu nascimento. Eram feitos mutirões para escola, para igreja, para campo de futebol. Enfim, onde era necessário um agrupamento para dar conta de algum serviço o povo se prontificava a dar seqüência de graça. Um exemplo que nós tivemos foi na criação da ADMA. Esses canteiros às margens da BR 262 eram depósitos de lixo, matagal, pedras e entulhos. Um grupo de voluntários se dispôs a fazer de graça a limpeza dessa área e plantar a grama e as árvores que hoje estão aí embelezando nossa cidade. Eu quero salientar um ponto importante. Quando se criou o Município de Conceição do Castelo em 1964 foi a época em que nasceu a revolução, a função de Vereador não era remunerada. Era apenas uma missão, um trabalho voluntário de quem se candidatasse a exercer essa função. Pois bem, eu fui convidado a me candidatar e fui o segundo Vereador mais votado no Município de Conceição do Castelo, exercendo essa função inteiramente gratuita. Nem por isso faltou o pão na nossa mesa. Senhores Vereadores estou sabendo que está tramitando nesta Casa o Projeto que estabelece o subsídio para os Vereadores para o próximo ano. Não quero que seja uma função gratuita porque hoje não estamos mais em época de revolução, mas eu venho em nome da população Venda Nova fazer um apelo. Nisto que quero deixar um voto de louvor ao Presidente da Câmara porque pelo que eu estou sabendo, colocou limites para que esse salário de Vereador não atinja cifras exorbitantes. Não vamos fazer desse Município, uma Conceição do Castelo, uma Cariacica. Vamos nos manter dentro dos limites porque a sociedade protesta. Eu não chego a trazer um protesto mas um apelo veemente da sociedade para que mantenhamos os salários e limites, compatíveis com a população, enfim com o orçamento e com a dignidade que nós temos que exercer essa função, essa missão, sem torná-la uma profissão. Eu sou radicalmente contrário ao político profissional. Nós temos sim que ter nosso salário, mas sobre tudo em primeiro plano colocar a missão, a doação de servir ao povo e a Municipalidade. Um fato que me indignou bastante foi no principio do plano real. Os senhores deputados federais e senadores tinham um salário de quatro mil reais na época. Era um salário suficiente para aquela ocasião. A moeda era estável. Um real valia um dólar. Esteve até abaixo de um dólar. O deputados, senadores, enfim o Congresso estabeleceu um salário de oito mil reais. Vamos falar em cifras redondas. Ora meus amigos, se a moeda está estável, se se pretendia conter a inflação, não acham exagero fazer este salto de quatro para oito mil reais. Depois atrás disso veio o aumento de salários de magistrado. Enfim, os grandes na nação não se preocupam tanto com a volta da inflação, porque isso gera inflação. Salários altos é sinônimo de inflação e quem paga o pato é sempre o povo. Aqui nós temos a sociedade em todo o Município de Venda Nova em que não há esse desnível social. Uns ganhando um absurdo de dinheiro e outros vivendo miseravelmente com um salário mínimo. Espero a compreensão dos Senhores Vereadores e para o apelo que estou fazendo em nome da população. Quero registar meu voto de louvor ao Presidente da Câmara que procurou estabelecer limites para o salário dos senhores edis. Fico muito grato por terem me concedido esse espaço na tribuna livre. Desejo a todos boa sorte.”
Data de Publicação: terça-feira, 19 de setembro de 2000
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