Após os cumprimentos o Sr. Evair fez o seguinte pronunciamento: “Eu venho hoje fazer uma avaliação, até como funcionário público, pois sou funcionário da Prefeitura de Venda Nova. Eu tenho feito algumas viagens e estão até perguntando se virei turista. Então, acho que é momento de estar presente para pode avaliar e prestar contas das viagens, dos nossos contatos e das informações que temos obtido em termos dessa área específica de café. Como os senhores sabem, eu sou o responsável técnico pelo Centro de Classificação de Café numa parceria da Emcaper, com a Prefeitura Municipal, Associação de Produtores. Enfim, toda sociedade organizada do lado do negócio faz parte da manutenção do nosso Centro de Classificação de Café. Venda Nova quase não era uma referência em café. O Espírito Santo muito menos. A nível nacional e internacional não era uma referência, mas graças ao trabalho desenvolvido no Município de Venda Nova hoje, não só Venda Nova como o Espírito Santo todo vai ganhando respaldo como vou poder avaliar aqui com algumas exposições. Recentemente tive duas oportunidades. Talvez dois grandes presentes que a gente se faz. O primeiro acontece todo ano e já acontece pelo segundo ano que é a BSCA que é a Sociedade Brasileira de Cafés Especiais. Existe a Sociedade Americana de Cafés Especiais, a Sociedade Européia de Cafés Especiais e a Sociedade Brasileira de Cafés Especiais. O que é essa sociedade ? Ela reúne um grupo seleto hoje, de vinte produtores de café do Brasil que são internacionalmente conhecidos como produtores certificados de cafés especiais. O que isso significa ? Enquanto estamos vendendo café descascado no mercado a cento e trinta e cinco reais, preço de hoje à tarde; eu vi alguém desse grupo na quinta-feira vender café a cento e noventa reais a saca. Por ser desse grupo e fazer parte de uma política de desenvolvimento de café. Nós estamos buscando na verdade uma integração. Existe uma dificuldade muito grande de associar produtores dessa região à BSCA, porque no mínimo tem que ser produtor de cinco mil sacas de cafés finos, o que teoricamente dificulta muito a inscrição de produtores, não só de Venda Nova mas de todo o Espírito Santo como membro dessa sociedade. Estamos com um trabalho aí na primeira reunião que teve em Venda Nova no dia quatro de dezembro de 1999. Essa foi a primeira reunião com o pessoal da BSCA aqui em Venda Nova com a intenção de filiar algumas pessoas, não especificamente de Venda Nova, mas alguém da Zona da Mata. Lá existem pessoas do Serrado Baiano, do Serrado Mineiro, do Sul de Minas, de São Paulo e Paraná. Não tinha ninguém da Zona da Mata. Isso fazia com que a Zona da Mata ficasse sem nenhuma representatividade perante uma entidade dessas. Hoje lá fora é a entidade brasileira em termos de café que tem mais moral e reconhecimento. Pois efetivamente ela produz café e vende café a esses preços. Tivemos a felicidade depois de muita negociação de conseguir. Para vocês terem idéia, a inscrição que se paga para ser sócio da BSCA custa vinte mil dólares. Para você ser sócio você tem que depositar na conta vinte mil dólares. Isso para vocês verem que a coisa é grande e séria. Depois de muita negociação nós conseguimos um feito quase que inédito, que foi inscrever um produtor da Zona da Mata. Ele é o primeiro produtor da Zona da Mata. Ele é mineiro e é da região de Viçosa. Nós conseguimos que ele conseguisse ser sócio sem ter que pagar os vinte mil dólares. Era impossível. Não tinha como pagar. Então, isso foi salto extraordinário. Esse foi o primeiro salto. O segundo salto... quer dizer, efetivamente esse produtor tem a possibilidade de exportar café de todos os nossos produtores. Então o produtor de Venda Nova que tenha vinte sacas de cafés finos poderá usar esse produtor filiado como ponte. Ninguém do Sul de Minas e do Paraná iria fazer isso para nós. Nós temos um contato, pois ele é uma pessoa muito amiga nossa. Então nós já temos uma alternativa de começar efetivamente a fazer uma opção para um novo mercado. Essa própria BSCA realiza um dos maiores concursos de cafés do mundo. É um concurso que para vocês terem idéia dá uma premiação de trinta mil dólares para os primeiros colocados e os vinte primeiros colocados desse concurso podem vender seu café num leilão eletrônico via internet. No ano passado, dos vinte lotes o lote que teve menor preço foi vendido a duzentos e quarenta e dois dólares a saca. Isso mostra a ponta desse mercado e o que a BSCA representa para o mercado de café. Nós tivemos a felicidade e isso não é um mérito meu e sim de todas as pessoas que acreditaram em mim. Esse concurso é realizado por provadores de café do mundo inteiro. São doze provadores de café do mundo todo que fazem o julgamento desse concurso. São oito provadores convidados do mundo e quatro do Brasil que fazem o julgamento. Eu tive a felicidade de esse ano ser convidado pela BSCA para fazer parte da banca julgadora desse concurso. Isso para gente como profissional é um negócio que não tem tamanho. O ganho não é meu. Quando eu estava lá, na verdade quem foi convidada foi Venda Nova, o Espírito Santo e toda Zona da Mata. Se não aceitavam nosso café como fino, mas conseguimos um produtor efetivamente com café fino e fazer parte dessa banca julgadora desse concurso de café internacional é um mérito que não é meu. É um mérito meu como profissional. Todo mundo ganha. Ganha Venda Nova e todo trabalho. O Espírito Santo hoje tem a felicidade de ter uma pessoa incluída nesse seleto grupo. Nós tivemos oportunidade de provar quinhentas e setenta amostras de cafés do Brasil inteiro e só coisa boa. Informamos ainda que o Espírito Santo tem três produtores participando. O Antenor Zucon de Brejetuba, o Roque Zucon de Brejetuba e o Ricardo Brunoro aqui de Venda Nova. Num outro concurso internacional temos doze produtores do Espírito Santo participando. Para vocês terem um idéia em 1998 eles não aceitaram amostra da Zona da Mata. No ano passado aceitaram e esse ano também. Temos produtores participando. Inclusive e um deles é o José Rubens Zandonadi da Agropecuária Zandonadi que concorre a esse concurso. Dessa forma mostramos o nível que estamos alcançando em resultado de café. A oito, nove anos atrás, qualidade era luxo. Carro com ar condicionado era luxo. Um ar refrigerado era luxo, microondas era luxo. Ter qualidade era luxo. Hoje qualidade já passa a ser conceito básico para conseguir vender. A questão não é vender mais caro. Produzir qualidade hoje já nem se discuti mais no mercado. O primeiro fator é que tem que ser bom. Aí depois vai se avaliar outros quesitos. Isso mostra que começamos um trabalho em tempo e ele está evoluindo. Os resultando estão sendo alcançados e nós teremos condições de sobreviver no mercado. Sabemos que o mercado de café vai acabar apertando. Produzir café bom hoje é condição básica para conseguir sobreviver. Preços a gente não vai discutir, mas temos que tentar vender nosso café, não muito caro, mas pelo melhor preço possível. Com muita oferta o preço cai e quem tiver qualidade vai conseguir sobreviver e quem não tiver vai ter dificuldades. Resumindo isso, nós tivemos a Feira de São Francisco no ano passado. Nós já estivemos aqui falando sobre ela e nós vamos na próxima semana em Monte Carlo, em Mônaco na segunda feira de café especiais. Estamos orgulhosos de novo. Eu até trouxe amostra para vocês. Esse é um dos cafés expressos que vai representar o Brasil. É um café orgânico do Sul de Minas. Um outro café expresso que será servido na feira e num pacote muito simples é um café torrado em Venda Nova pelo Sr. Domingos Carnielli. O Brasil estará sendo representado nessa feira em Mônaco com esse pacote de café expresso indo de Venda Nova. É uma liga do café de Venda Nova do Sr. Agapito Venturim, com o café de Brejetuba do Sr. Everaldo Martinusso. Ele está sendo empacotado e torrado no Sr. Domingos Carnielli. Isso mostra a dimensão que estamos alcançando. Mostra realmente que passamos a ter referência, passamos a ter contato e as coisas tem evoluído. Na semana retrasada estivemos em Lavras. Na semana passada em Poços de Caldas. Também fui a São Paulo conhecer uma máquina que é inovadora que é uma máquina eletrônica de separar o café maduro. Ela separa o café maduro do café verde por sensores eletromagnéticos. A tendência do mundo é aumentar muito os cafés descascados e aí vem a questão ambiental porque para descascar o café se consome muita água. Dessa forma temos muitos problemas ambientais. Com essa máquina que separa o café maduro o que acontece ? Eu quase não uso água. Nos equipamentos convencionais eu uso dois litros e meio de água para descascar um quilo de café cereja. Com esse equipamento novo eu vou gastar trezentos ml de água para cada quilo de café limpo. A água será só para dar um lubrificada. Essa máquina não é cara ? Não, ela é caríssima. Talvez custe hoje, uns oitenta mil dólares. Mas para nós isso não é importante. O importante é que existe e tecnologia. Isso a qualquer momento acaba chegando acessível ao produtor. Vou deixar uma cópia do trabalho que a gente faz. Trouxe cópia de dois laudos de cafés que usamos em Venda Nova e que por felicidade nossa foram os dois laudos usados nesse concurso internacional de café. Isso mostra que estamos evoluindo e estamos buscando o que tem de ponta no mercado. O trabalho que prestamos hoje é caro, mas é o que tem de melhor no mercado. Trouxe também uma reportagem do Café do Brasil que é o jornal oficial da ABIC, que montou um estande em Sidney e teve a grande oportunidade de divulgar os nossos cafés de montanha. Isso mostra a dimensão, a amplitude e o tamanho da nossa responsabilidade. Numa última avaliação eu vou entregar a Presidência desta Casa um relatório do Agricoffee que foi a Feira que aconteceu aqui em Venda Nova. É uma avaliação técnica onde tem todas as reportagens e empresas participantes. As vezes não temos muitas dimensões disso. Foram mais de vinte e cinco instituições participando. Tivemos mais de cinqüenta expositores participando. Tivemos sessenta e oito municípios diferentes presentes no Agricoffee. Municípios tanto de Minas, Paraná, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Goiás. Tem algumas fotos e um relatório de todas as matérias que circularam na mídia nacional. Foram mais de sessenta veículos de comunicação no Brasil inteiro e em algumas partes do mundo que divulgaram o Agricoffee como evento. Tivemos a presença de autoridades internacionais presentes. Isso traz uma repercussão muito grande. Eu deixo aqui com o Sr. Antenor e quem tiver oportunidade pode dar uma olhada nesse material, que todas as informações transformaram Venda Nova num polo de café das montanhas do Espírito Santo. Não só o Espírito Santo, mas toda Zona da Mata conseguiu atrair para cá esse polo de discussão. Um evento que a princípio no ano passado tivemos alguns mal entendimentos, mas esse ano com a presença maciça de todo mundo a participação e envolvimento todos puderam ver a grandiosidade de um evento desse. Depois vou deixar com o relatório com o Sr. Antenor e vocês podem dar uma avaliada. Agradecemos a presença de todos vocês que estiveram presentes e o apoio que sempre deram a esse programa de café. Reitero o convite aos Vereadores que visitem o Centro de Classificação de Café. Eu agradeço a oportunidade e agradeço mais uma vez o apoio que a Câmara sempre deu ao programa de café, à Associação e a Emcaper nesse trabalho. Pedimos a vocês que onde forem possam ter o orgulho de dizer que temos um trabalho de ponta que está caminhando. Hoje nós somos referência. Estamos com um último projeto que é a Casa do Café, que é um centro de preparação de café onde poderemos ter a oportunidade de treinar as pessoas a fazerem um café, torrarem um café e mais. Isso mostra mais um estágio da nossa evolução. Venda Nova está no caminho certo. Esse é o rumo certo. O que tem de ponta no mercado nós estamos usando com alguma limitação. Isso não é prestação de contas, mas é uma avaliação do que temos visto. Temos orgulho de poder fazer parte de Venda e de uma programa desses onde todos são parceiros. Desde o Folha da Terra com suas divulgações até aí em escalas maiores em alguns jornais e revistas. Muito Obrigado. Espero que tenham oportunidade de tomar esse café que vai ser tomado em Mônaco. O café que os pilotos de fórmula um vão tomar nessa feira é o café que estamos tomando na Câmara de Venda Nova. Para nós isso é um orgulho. Muito Obrigado.”
Data de Publicação: terça-feira, 03 de outubro de 2000
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