Saúde Pública

Após os cumprimentos o Sr. Jonas Dias fez o seguinte pronunciamento: “Boa noite a todos. Senhor Presidente Srs. Vereadores e todos os membros que compõe esta Casa. Todo Plenário, Secretário de Saúde, Fernando Altoé. Meu nome é Jonas Dias. Eu sou Agente de Saúde Pública, do Ministério da Saúde. Eu gostaria de fazer um pequeno relato para vocês que a mais de quarenta anos os meus antecedentes e antepassados vieram fazer um trabalho de combate as endemias rurais, as endemias urbanas. No início conhecido como DENERU - Departamento Nacional de Endemias Rurais, e depois com a grande proliferação do mosquito anofelino, que causou grandes surtos de malária no país, foi criado a CEM,  Campanha de Erradicação de Malária. Depois com a proliferação do Aedes aegypti em zona urbana, transmissor da dengue e da febre amarela, foi criada então, a Sucan – Superintendência de Campanha e Saúde Pública. Quando foi criada a superintendência, foram contratados servidores para trabalhar no combate ao Aedes aegypti. Dessa equipe contratada, um deles sou eu, Jonas Dias. Na época fomos contratados exclusivamente para trabalhar em cima do combate ao Aedes aegypti e a prevenção da dengue no nosso Estado. Durante um longo tempo trabalhamos nisso e até que estava na mão da Sucan, o mosquito Aedes aegypti não tinha entrado no nosso Estado. Só que com o tempo veio a descentralização da saúde e esse combate a dengue foi passado para os municípios. Então a grande Vitória foi infestada como vocês sabem, e é uma das capitais da dengue no Brasil. Me lembro que a nove, dez anos atrás... eu estou vendo a menina que trabalha no Jornal Folha da Terra e ela lembra que eu estive fazendo palestras aqui. O Padre Pascoal, era o diretor do Salesiano. Nós fizemos palestras em todos os Colégios da BR 262. Todos! Zona Rural, zona urbana. Eu peguei... Na época nosso diretor me entregou desde Santa Isabel até a divisa em Pequiá. Fizemos palestras em todos os colégios, demos como matéria, saúde pública. Resultado: Até hoje não se tem em Venda Nova o Aedes aegypti. Graças a Deus e ao trabalho que nós fizemos aqui com o Sr. Nicolau Falchetto na época, e depois no mandato do Braz estivemos trabalhando. Com isso nos formamos em outras endemias. Hoje nós trabalhamos com treze tipos de doenças. Doenças urbanos e rurais. E agora na nona conferência foi aprovado um projeto para extinguir a Fundação. Ela foi extinta. A última referência da fundação somos nós que temos treze anos de casa. A gente se aposentando acabou a fundação. Quando a fundação acabar senhores, o Município terá que estar preparado para assumir todas as endemias rurais e urbanas. Malária, lechimaniose, esquistossomose, filariose e tudo quanto é coisa ruim transmitida por insetos vai ter que estar a poder e a disposição do Município combater. Com isso o Governo fez o quê ? Ele distribuiu os servidores por municípios. De acordo com a população do Município foi mandado os servidores. Marechal Floriano recebeu um, Domingos Martins recebeu dois, Venda Nova eu fui mandado para cá. Eu estava chefiando a área de zoonoses em Muniz Freire com o Prefeito e o Secretário de Saúde, quando foi publicado no diário oficial que era para mim vir para cá. Eu já tinha esse desejo comigo de trabalhar em Venda Nova a muito tempo. Aceitei de coração trabalhar com a população de Venda Nova que é um pessoal que conheço a muito tempo. Então viemos trabalhar aqui e nos apresentamos no ano passado. O Prefeito era o Sr. José Onofre que nos acolheu muito bem junto com o Fernando. Nos deu abrigo e condições para trabalhar na localidade. Como nós éramos lotados viajando, a uns oito anos atrás, nós tínhamos as diárias que cobriam nossas despesas, mas de lá para cá o Governo vem perseguindo os servidores públicos e tiraram nossas diárias de alimentação e pousada. Hoje o servidor que viaja para o interior não tem diária para alimentação e pousada. Ele ganha o mesmo que um colega dele ganha, dentro da casa dele em Vitória. Não ganha nada as mais para viajar. Então, eu vim para cá e tive o apoio e comecei a trabalhar aqui. Eu mostrei porque eu precisava desse apoio. Então o Sr. Prefeito Braz Delpupo me pediu um documento que eu pudesse comprovar que eu não tinha uma ajuda específica para minha manutenção no Município. Eu trouxe para ele, falei que traria a cópia do contra cheque se ele quisesse. Entreguei o documento na mão dele. Mas na semana passada quando cheguei, na segunda-feira... Eu estava no hotel Esmig, me alimentava ali mesmo e cheguei e fiquei sabendo que estava tudo cortado. A minha estadia estava cortada. Então, meus Senhores, eu sou um pai de família, tenho três filhos e não posso pagar minhas despesas. Minha esposa está fazendo faculdade. Tenho um garotinho que tem infecção urinária com cinco meses e está fazendo acompanhamento médico. Eu saio da minha casa para trabalhar aqui... Se eu ganho o mesmo que um colega ganha em Vitória e saio para trabalhar aqui, eu pagando passagem em ônibus intermunicipal, eu estou gastando, eu estou pagando para trabalhar em Venda Nova. Isso não seria problema se eu tivesse condições porque a população de Venda Nova merece. Já trabalhei aqui. Na zona rural eu conheço tudo. Tem muitas fazendas que se eu chegar lá hoje o pessoal me conhece ainda. Eu trabalho como os Vereadores. O meu trabalho é parecido com o de vocês. Eu trabalho com a população. Meu negócio não é com ar condicionado. Meu negócio é com o homem do campo, que está sendo picado pelos mosquitos infectados. Meu negócio é com a população que tem esquistossomose. É com esse pessoal que eu trabalho. Eu trabalho com saúde pública e saúde é um direito do povo e um dever do Estado. Isso aqui é vinte e quatro horas por dia. Já falei e conversei com o Senhor Valdir um dia desses e estava falando para ele que se alguém tiver com febre contínua e chegar alguém de madrugada no hotel falando que tem alguém com febre contínua, eu vou lá de madrugada para colher a lâmina dele para ver se é malária. Eu visto a camisa da saúde pública. Eu não vim para Venda Nova para ganhar dinheiro. Eu não quero dinheiro. Quero condições de trabalhar no Município, me alimentar e ficar aqui de segunda a sexta-feira. Eu vim aqui expor minha situação para os Senhores Vereadores e me colocar também à disposição de vocês. Mesmo que no futuro eu não esteja aqui, aonde quer que eu esteja eu estarei a disposição de todos vocês e da população de Venda Nova. Porque essa é minha função: Prestar serviço a comunidade. Estarei a disposição de todos vocês e da população de Venda Nova. Essa é minha função, prestar serviço a comunidade. Estarei a disposição de vocês se vocês tiverem algum problema na comunidade. De saúde pública o que estiver a meu alcance e couber a Funasa podem contar comigo a qualquer hora e a qualquer momento. Agradeço essa oportunidade e essa abertura e desde já me coloco ao vosso inteiro dispor. Obrigado.”

Data de Publicação: terça-feira, 20 de março de 2001

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