Após os cumprimentos o Sr. Júlio fez o seguinte pronunciamento: “Sr. Presidente da Câmara de Vereadores, Senhores Vereadores, público presente. Eu venho aqui por representação da Comunidade de São José do Alto Viçosa, para solicitar apoio por um problema que a Comunidade está vivendo. Já faz alguns anos, que já oportunamente, fizemos nesta Tribuna a mesma solicitação e agora nesta ministração eu estou querendo colocar aos novos Vereadores a par da situação que está acontecendo na Comunidade. Para fazer uma breve síntese... Oportunamente a Comunidade está composta por uma pequena quantidade de produtores rurais, proprietários de áreas de aproximadamente entre cinco e dez alqueires. São famílias tradicionais que fazem gerações que estão radicadas no lugar e a maioria deles registrou e tem seu título de propriedade registrado no Cartório de Luiz Alves da Silva, em Castelo, quando as propriedades se registravam naquela Comarca. Acontece que de forma mágica e misteriosa, aproximadamente em 1985 apareceu uma escritura em nome de Luiz Alves da Silva, involucrando uma quantidade de propriedades da Comunidade. Se fez um processo judicial e o Juiz deu por extinto o processo, por achar improcedente a reclamação de Luiz Alves da Silva e esposa. Em 1999, Luiz Alves da Silva volta a reclamar essa propriedade e a solicitar do Juiz, mediante processo, uma ação demarcatória de uma área aproximadamente, não tenho com precisão, mas entre duzentos e trezentos alqueires, que involucra a propriedade da maioria dos proprietários de São José do Alto Viçosa. Em vista disso o Juiz outorgou a ação demarcatória, justamente porque houve uma manobra por parte de Luiz Alves e dos oficiais que participaram neste processo, que fizeram assinar a intimação, falando para os proprietários, quase todos analfabetos, que não necessitavam se fazer presentes na audiência. Eles não se fizeram presentes e o Juiz outorgou a causa por revelia, a Luiz Alves da Silva, a causa demarcatória. Ante esta situação que se fez efetiva no princípio do ano dois mil, nós entramos com uma ação em Castelo, alegando falsidade da escritura de Luiz Alves da Silva e com outra ação em Vitória, solicitando a anulação da sentença demarcatória do Juiz. Desde fevereiro do ano dois mil até esta data, freqüentemente, vem por uma atitude intimidatória, não de Luiz Alves, mas de seus representantes, intimidando os proprietários, trazendo pessoas, dizendo que as propriedades não são deles, que elas pertencem a Luiz Alves da Silva. O último episódio que aconteceu na semana retrasada foi que apareceu um provável fiscal de uma entidade financeira ou bancária, falando que Luiz Alves da Silva iria pedir o crédito de quinhentos mil reais e havia dado as terras em garantia. Então, queria aclarar a situação para saber se realmente as terras eram de Luiz Alves da Silva ou dos proprietários legais. Bom, ante esta situação, sobretudo o que preocupa e estressa os proprietários que são pessoas muito simples... Nós fizemos hoje uma manifestação pública com mais de cinqüenta moradores na Prefeitura, solicitando ao Prefeito apoio para que interceda nos órgãos competentes e possa dar fim a esta situação. Por este mesmo motivo estamos aqui nesta Tribuna, solicitando desta honorável Câmara, que dentro de suas possibilidades, dê apoio para que esta situação venha aclarar-se de uma vez por todas. Os proprietários da região são compostos por famílias que a mais de sessenta anos trabalham, vivem ali, e tem toda sua descendência naquele lugar. Se chega acontecer alguma coisa que um Juiz falhe contra eles, são famílias inteiras que ficam praticamente na rua. O que nos deixa perplexos e atônitos, é que num momento histórico como esse, donde em todo país, em função de uma moralização das instituições intitulem CPIs; acontece uma coisa que venha ser do século passado, algo totalmente ilusório. Por isso, solicitamos novamente desta honorável Câmara que dê todo apoio que possa dar para que esse problema se solucione. Eu agradeço a atenção e vou deixar um ofício com o Senhor Presidente para que tome as medidas pertinentes. Muito obrigado e boa noite.”
Data de Publicação: terça-feira, 27 de março de 2001
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