Após os cumprimentos, o Sr. Fernando fez o seguinte pronunciamento: “Sr. Presidente, Nobres Edis, público presente, boa noite. Primeiramente, eu vou falar, como Presidente da Afepol. A Afepol, durante três anos vem patrocinando, vem investindo em propor alguma coisa a mais para a comunidade de Venda Nova, no sentido de divulgar a nossa cultura italiana que foi o início da história de Venda Nova. Início da história documentada, porque nós tivemos outros que passaram antes e talvez não souberam, não tiveram tempo de fazer a história deles documentada. Nós estamos, nesses três anos, desenvolvendo o Projeto Resgate da Cultura. É um projeto onde nosso objetivo maior, é incentivar os nossos alunos de sala de aula, de preferência, os mais pequenos, a ter gosto pela música, pela... Enfim, pela cultura, pelas antigas cançonetas, as antigas poesias, as histórias contadas pelos nossos avós e bisavós, enfim, dar um incremento nessa parte de cultura que estava um pouco esquecida. Para isso, nós estamos lançando o Terceiro Festival de Música Italiana. Nós estamos envolvendo nesse projeto, dez escolas do Município. É uma parceria entre a Afepol e a Secretaria de Educação. A Secretaria de Educação está entrando com a parte de transporte, de organização, junto com os professores, diretores e coordenadores, para liberar seus alunos para poder desenvolver essa tarefa. A Afepol está entrando com patrocínio das premiações, com o professor de música. Estamos bancando o professor de música e outras despesas a mais que ocorrem. Primeiramente, eu gostaria de deixar registrado aqui, um grande personagem de Venda Nova e também da Afepol, que é o Padre Cleto Caliman. Essa obra da Festa da Polenta, onde a Afepol se propõe a desenvolver esse trabalho, foi criada por ele. Dá a impressão, que tudo que Padre Cleto põe e mão, a coisa vai a diante. Dá a impressão que é uma mão santa. Tudo que ele inicia, o povo parece que valoriza, acredita. E ele, com aquele espírito de empreendedor consegue levar isso a frente. A Afepol hoje, nada mais é, do que uma sociedade, uma associação a onde tem o maior número de voluntários cadastrados em Venda Nova. Acho que isso daí, é uma riqueza muito grande para Venda Nova. Além de tudo, nós estamos formando líderes voluntários dentro da associação. A gente vê, que tem várias pessoas que assumem cargos, lideranças de grupo de jovens, grupos ligados a igreja, voluntárias, e Apae, que passaram nas comissões, nas equipes que foram formadas na Afepol. A gente fica satisfeito em saber que a Afepol, hoje está colhendo bons frutos. Também a gente quer falar sobre a Afepol o seguinte. Já vem aí a vigésima terceira edição da Festa da Polenta. Todo mundo sabe que lá fora, Venda Nova, é conhecida por muitos pontos, mais o que marca mais, o que a gente vê mais marcante, e vê, mais na boca do povo falar, é sobre a festa da polenta. Isso porque, consegue trazer um número grande de pessoas para Venda Nova, consegue trazer empreendedores para festa, consegue trazer turistas, e o mais importante de tudo é que a cidade também, já consegue explorar esse lado da festa de uma maneira boa, prazerosa. Além de trazer os amigos para participarem da festa, de rever os amigos, o nosso comércio ganha com isso. Ganham os donos de hotéis, de restaurantes, enfim, a gente sabe que gira uma grande quantidade de pessoas e automaticamente os recursos ficam na cidade também. Lógico, sempre há algumas coisas que a gente fica pensando: Será que vale a pena continuar, porque acontece isso tudo ? Mas as coisas ruins que acontecem na festa, acontecem também em outras épocas. Só que a gente talvez olha e faz uma análise muito rápida e talvez fazemos umas críticas que não tem nem fundamento. Porque coisa boa, as vezes, passam despercebidas e as coisas ruins a gente dá mais atenção. Isso é natural do ser humano. A gente não pode desprezar isso também. Bom, o que a gente quer de vocês, Srs. Vereadores, é o apoio moral, o apoio até financeiro, porque nós dependemos de toda comunidade nessa hora. Sabemos que os recursos da festa são quase recursos próprios, porque a gente sempre reserva uma parte do ano anterior, e gente corre também, atrás de patrocínios. Só que a festa, preserva muito pelo nome. Muitas vezes a gente corre atrás de patrocínio, e para a gente não se comprometer com algumas controvérsias... Quem sabe; hoje, a situação de patrocínio é um pouco complicada. As vezes a gente pode pegar um patrocínio de uma empresa duvidosa, comprometida, de algum departamento comprometida, e esses vinte três anos pode ir de água a baixo. Temos que estar sempre cautelosos nessa hora. A gente está pedindo também a Prefeitura, que sempre nos apoiou. O projeto já está na mão Prefeito, junto com o Secretário de Turismo. Provavelmente ele vai pedir autorização da Câmara e a gente espera ser atendido como nos outros anos. Em contra partida, nós vamos ter o espaço para divulgação no jornal, cartazes, folders, e o mais importante, é a nossa comunidade saber que a Prefeitura também apoia esse evento, que os Srs. Vereadores, estão acreditando e avalizando esse evento. Isso nos dá força para continuar trabalhando nesse sentido. Agora, eu gostaria de falar... Antes disso tudo, gostaria de convidá-los, na sexta-feira, às dezoito e trinta, na Igreja São Pedro, a participar do Projeto do Terceiro Festival de Música Italiana, onde vai ocorrer o evento. Nós escolhemos na Igreja pois é o lugar que pode mais agradar as crianças. Todo mundo pode ficar sentado e a gente não fica muito disperso. As pessoas ficam mais atentas a isso aí. Se a gente leva ao Centro de Eventos, como foi feito no primeiro ano, as pessoas ficam um pouco dispersas e prejudicam as escolas que estão apresentando. A gente achou melhor a igreja. Foi concedido pelo padre. Ele aceitou. Então, a gente vai fazer na Igreja. Nós temos também, a intenção e está bem encaminhado que é o CD da Festa da Polenta. Nesse projeto, a gente vai gravar as musiquinhas das crianças ao vivo, para lançar junto desse CD. Esse CD não será só de Venda Nova. Nós vamos conseguir as músicas do grupo Ragazzi dei Monti, do Rio Grande do Sul, que vai vir na Festa, do um grupo, Vecchio Scarpone, de Santa Catarina, do Grupo Toni Boni e mais essas crianças. Vejam bem. A nossa intenção, é um intercâmbio cultural entre as colônias italianas que existem para este mundo a fora. Este ano, a gente pretende fazer, e tenho certeza que, quem assumirá a festa vai ter esse espírito, também empreendedor de continuar acreditando nesse projeto. Enfim, tornar Venda Nova conhecida lá fora, em outros estados e valorizar também, o que o outros estados tem de bom. Esse é um intercâmbio que temos que continuar fazendo. Vender a imagem nossa lá fora, e aceitar que o outros venham participar junto com nossa família que é a grande família de Venda Nova. Agora eu gostaria de falar como Secretário de Saúde, sobre o PSF. Mais antes, gostaria de lembrar do Sus – Sistema Único de Saúde. Aqui... Em 1988 quando a Constituição Federal teve as mudanças, ficou bem definido que a saúde seria... O Sistema Único de Saúde seria integralidade, a universalização, descentralização, hierarquização e participação popular... Então, o Sus, veio para as mudanças. Quem lembra... Nós, mais de idade, lembramos disso aí, que para você, quando existia o antigo Inamps era uma dificuldade para se conseguir uma cirurgia, um internamento. Só era aceito, quem tinha carteirinha e quem pagava. Muitas pessoas ficavam agonizando nas portas dos hospitais. Hoje, existe isso ainda, mas existe com muito menos freqüência. Hoje, o Sus tem dado um avanço muito grande na saúde. Sabemos disso, tanto que existem muitos exames que a gente acha impossível conseguir e existe. Está aí. Talvez nem todo mundo tenha acesso, mas que deu um avanço deu. Então, nós temos que parabenizar o governo federal por esse incentivo a saúde. Nosso Ministro José Serra, que está fazendo um trabalho muito grande. A gente está vendo de dois anos para cá, o quanto que foi feito na saúde, o quanto de campanhas, o quanto de resultados positivos que está se trazendo com essa vacinação em massa de adultos, vacinação de crianças, aumentando o número de vacinas. Enfim, a saúde está caminhando para melhor. Lógico que a gente sabe que está deixando a desejar em muitos pontos, mas não podemos só criticar. Temos que inovar e acompanhar o progresso que a saúde nos traz. Nós, em Venda Nova, no passado, implantamos o PSF na Comunidade de São João de Viçosa. Todo mundo sabe que o PSF é o Programa de Saúde da Família. Só que na época que o projeto foi implantado, o Estado do Espírito Santo não tinha um grupo treinado para formar esses profissionais. Esses profissionais foram colocados de uma forma, sem preparo. O que acontece ? O programa faliu em Venda Nova. Não só em Venda Nova, mas em vários outros Municípios. Com isso, o Estado viu que estava perdendo... Que o programa não estava tendo o resultado desejado. O que que ele fez ? Investiu na capacitação dos profissionais. Hoje, só entra para trabalhar na saúde da família o profissional que tiver o curso. Quem não tiver curso não entra. Ele tem que ter no mínimo, o primeiro módulo do curso. Assim que ele tiver o primeiro módulo, ele pode assumir um compromisso para trabalhar como médico da família. Nós conseguimos duas médicas e duas enfermeiras que irão trabalhar no Programa da Saúde da Família, que será reimplantado em São João e no Caxixe será implantado. Essas duas médicas, por sorte nossa, nós conseguimos um curso de DST/Aids, pela Secretaria Municipal de Vitória, onde deixo aqui o registro e o agradecimento ao Dr. Anselmo Tosi, que conseguiu esse curso para gente sem custo nenhum. Agora conseguimos um curso sobre epidemiologia, através da Sesa, e essas médicas já fizeram esse curso também. Outro curso que estamos conseguindo essa semana, é um curso de psicodrama, através do Fundacentro, ligado ao Ministério da Saúde. Então, esses profissionais nossos, já estão entrando com uma bagagem maior do que quando se começou da primeira vez que colocamos o PSF. Creio que esse profissionais estão capacitados e vão se capacitar mais. Eles já tem em mente o que é o PSF. Porque o PSF é obrigado a ter oito horas por dia de trabalho. Não precisa ser diretamente no ambulatório e nem deve ser. A carga horária tem que ser oito horas, mas pode ser duas, três, quatro ou oito no consultório, e o restante fazendo palestras na comunidade, planejando seus serviços, visitando, fazendo reuniões. Enfim, são oito horas dedicadas inteiramente a comunidade, de uma forma ou de outra. Então, com essa formação que esse profissionais tem, tenho certeza que agora vai deslanchar. A equipe é formada por um médico, uma enfermeira ou enfermeiro, pelas agentes comunitárias de saúde, e pode ser também, formada por um dentista. Só que ainda não colocamos dentista, porque dentista nós já temos na rede. Então, não há necessidade. Então, médico, enfermeiro e agente comunitárias, são os três pontos que temos que trabalhar. A agente comunitária é aquela que faz o trabalho de base junto da comunidade. Levanta o tapete, no caso. Descobrir os problemas. Aí, a enfermeira vem, faz a sua parte, quando não dá para ela, ela passa para o médico. Enfim, é um trabalho em conjunto. Esse programa tem uma vantagem muito grande. Vai mostrar a realidade da saúde de Venda Nova e outras realidades como transporte, a falta de saneamento básico, a qualidade de água que esse pessoal está tomando, se esse pessoal realmente tem emprego. Porque no relatório pode se colocar até cem perguntas em questionamento. Então, nós podemos até acrescentar outras perguntas que no relatório não tem, e que a gente queira saber do Município. Sabemos a faixa etária, o número de casais, número, até de torcida do clube que você deseja saber. Se é do Flamengo, do Vasco. Não interessa. Então, você pode fazer todo um levantamento, através desse programa. Esse programa é um programa sério. O que não pode haver, é interferência. Todo mundo da área tem ser tratado igual. Não pode excluir ninguém. Podemos colocar em prática a equidade. Dar mais, a quem tem menos. Isso pode ser feito, mas não pode excluir ninguém da área. Mesmo que seja um proprietário que tenha dinheiro e recursos, ele tem que ser visitado como um membro da área. Ele não pode ser excluído. Simplesmente talvez a consulta dele seja mais rápida. Não há necessidade de muito tempo, pois ele tem conhecimento maior, mas as doenças que ele tem, são as mesmas doenças que o carente tem. É hipertensão, diabetes, verminose. Enfim, são as mesmas doenças que uma pessoa carente possa ter. Então, acho que não pode ter a exclusão de ninguém nesse programa. No início, é um programa que vai levantar uma demanda reprimida. Vai aparecer mais exames para serem feitos, farmácia vai aumentar, enfim, vai aumentar tudo. Porque tem muita gente que não foi ao médio. A gente pensa, que todo mundo vem ao médico, mas, não. Nessa hora, tem muita gente que fica lá na roça, no seu serviço, trabalhando e não tira uma hora para se cuidar. Esse programa é para isso, para levar a pessoa a se prevenir. A estratégia do programa é para acabar com esse idéia de que temos que investir em hospitais. É errada essa idéia. Esse programa tem que investir em prevenção, para evitar que a pessoa chegue e até o hospital. A maior vantagem de tudo é que esse cidadão vai ser atendido no local onde mora. Ele não precisará vir ao centro para ser atendido. Só vai vir ao centro quando ele é referenciado para uma especialidade, que o médico da saúde não tem. Então, o fluxo de pessoas vindo para centro, vai diminuir. Isso vai melhorar a qualidade de vida. A pessoa vai gastar menos, porque não terá que gastar com transporte, não vai ter que perder o dia. Enfim, essa estratégia da saúde da família, é para vir a dar uma qualidade de vida melhor. Mas para isso, também, não é só saúde. Nós precisamos de saneamento, precisamos melhorar a área de esporte para dar condições das pessoas terem lazer, para descarregarem suas energias negativas. Enfim, precisamos incrementar mais o interior, em todos os sentidos. Temos que valorizar mais as pessoas que moram nos bairros mais distantes do centro. Porque geralmente, o centro converge mais os pontos em todos os sentidos. Então, temos que fazer um trabalho em conjunto; não só de saúde, mas com obras, turismo, educação. Precisamos do apoio de todo mundo para dar resultado. Contamos com isso. Os incentivos do governo não cobrem cem porcento da despesa. É um incentivo que cobre em torno de trinta e cinco, quarenta porcento, mas acho que é um grande incentivo. Temos que aproveitar esse incentivo. Eu, como Secretario de Saúde, vou fazer um esforço para acompanhar essas equipes de perto, para até no final do ano ter resultados, e resultados positivos, para que possamos no ano que vem, implantar em outras áreas. Nós temos áreas que temos que implantar esse programa pois está ficando difícil. Está aumentando muito o número de pessoas que vem morar na cidade e nem todos tem esse hábito de fazer saúde preventiva, só tem o hábito de fazer saúde curativa. Isso se torna caro para o cidadão que tem dinheiro, e muito mais, para o cidadão que não tem tanto recursos, porque cai nas costas do poder público. Temos que melhorar isso. Para isso, precisamos da atenção de todos vocês, na observância, na cobrança. Não digo cobrança, quando vocês tiverem dúvidas, que venham com a gente, que dê idéias, que participem das reuniões do conselho que todo mês tem. Nós precisamos da participação de vocês para ajudar pensar nas ações que temos que colocar em prática. Então, programa vai detonar agora em setembro, na segunda-feira. Já temos os profissionais todos cadastrados. Está tudo certinho. É só começar o programa. A gente vai ter no início alguma resistência de alguns profissionais, médicos mais antigos, que sempre vão criticar. Que esse programa não vai dar certo. Porque eles são tradicionais em fazer a medicina curativa. Hoje, a gente vê que a maioria dos profissionais que mexe com aparte curativa, prefere muitas vezes, indicar um exame, indicar uma tumografia, do que examinar o próprio paciente. Tem profissionais, que tem vergonha. Eu não tenho medo de falar aqui. Tem profissionais, que tem vergonha, que tem nojo, de colocar a mão no paciente. Consulta distante do paciente. Não coloca a mão no paciente, não pergunta o nome do paciente, não sabe a cor do paciente, não olha nos olhos do paciente. Então, ele está indicando receita. Não está consultando. Nós temos que acabar com isso. Esses profissionais não podem trabalhar na nossa rede. Nossa rede de saúde, hoje, tem que ser humanizada. Tem que ser olho no olho, tem que valorizar o nosso usuário. Porque quem está pagando o salário dele, é o nosso usuário. E se ele está pagando, ele tem o direito de exigir. Então, a gente tem que pensar muito nisso aí. Não é fácil mudar essa mentalidade. É com o tempo que se muda, mas nós temos que estar atentos. Hoje, a medicina está muito mecanizada. A gente chega lá, meteu a ultra-sonografia, meteu tumografia e quero ver, quem vai bancar isso aí. Nós temos provas disso. Nos nossos laboratórios, setenta e cinco porcento do exames são feitos em vão. Não tinha necessidade de ser feito. E noventa e cinco porcento a noventa e sete porcento, das tumografias e ultra-sonografias, não acusam nada. Colocam a gente quase maluco, levando paciente para Vitória, para Cachoeiro. Arrumam tumografia. E isso aqui e ali. E não chegam a conclusão nenhuma. Por quê ? Porque o profissional não teve o carinho de olhar, de consultar com humanização o usuário. Então, eu deixo aqui o meu pedido de apoio a vocês. O que tiver na dúvida sobre o programa de saúde, nós estamos abertos para mostrar a vocês. A gente sabe que a gente não vai ter perna para fazer tudo que o programa cobra, mas vamos ter a certeza do seguinte: A gente vai tentar melhorar muito com esse programa da saúde. Obrigado pela oportunidade Valdir. A gente continua contando com seu apoio e sua dedicação.”
Data de Publicação: terça-feira, 28 de agosto de 2001
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